quarta-feira, 22 de maio de 2019

Educação Inclusiva: Desafios e oportunidades

Educação Inclusiva: Desafios e oportunidades
Evento realizado no Espaço Civi-co em 19 de fevereiro de 2019

Organização: Associação Nova Escola, Instituto Rodrigo Mendes e Fundação Volkswagen.


Fomos convidados pela Revista Nova Escola para participar do evento Educação Inclusiva: Desafios e
Oportunidades. Importante tema a ser debatido e estudado por educadores, sociedade civil e órgãos
governamentais, pois segundo a Constituição Federal de 1988 a educação é direito de todos os
brasileiros e brasileiras.
O evento foi organizado em duas mesas de debates, a primeira denominada “A realidade de quem
está em sala de aula” e a segunda “Os avanços na educação inclusiva”.
Na primeira mesa “ A realidade de quem está em sala de aula” foram ouvidos: Mônica Rocha, ex-aluna
do Cieja, lutadora de Tae Kouon Do e poeta; Eda Luz, ex-diretora do Cieja Campo Limpo; Paulo Cesar,
professor da Emef Paulo Nogueira Filho e Maria da Paz Castro, especialista em educação inclusiva.
A Mônica tem síndrome de Down e contou sobre a sua experiência como aluna, da dificuldade que
tinha na escola, inclusive em se relacionar, contou que se sentiu incluída quando teve a atenção dos
professores, quando foi ouvida. O esporte a ajudou muito, tanto em seu desenvolvimento motor,
quanto no relacionamento com as outras pessoas.
Para Eda Luz uma das coisas mais importantes para o sucesso da educação inclusiva é a escuta ativa,
ela sugeriu a organização das aulas em semi círculo, possibilitando que os estudantes se olhem,
possam ser ouvidos, que tenham voz inclusive na preparação das aulas com a sugestão de temas
de estudo. Nenhuma escola ou professor está preparado para tudo, mas é preciso estar aberto para
aprender, para olhar as situações e agir. Um dos caminhos é o aprendizado coletivo entre educadores
dentro da escola. Ela é, sem dúvida, uma entusiasta da educação!
O professor Paulo Cesar contou sobre a sua experiência com educação inclusiva na Emef em que
trabalha, mas, acima de tudo, ele afirma que quando tratamos o outro da forma que gostaríamos de
ser tratados as relações tendem a ser favoráveis e enriquecedoras. Os alunos não são apenas de um
ou outro professor, eles são alunos da escola, são alunos de todos os professores, a escola precisa ser
um coletivo.
A especialista em educação inclusiva, Maria da Paz, traz algumas reflexões práticas sobre o ensino
inclusivo, ela enfatiza a importância de ouvir, de olhar para a criança em sua individualidade, sem a
infantilizar, independente do CID (Código Internacional de Doenças). É importante observar antes de
propor as atividades, pois o indivíduo sabe bastante sobre ele mesmo. Para Maria da Paz, o professor
precisa aceitar que vai errar e que a partir do erro pode aprender muito mais.
Na segunda mesa “Os avanços na Educação Inclusiva” ouvimos a Eliane, Secretária de Educação de
Amparo; a Carla, da Fundação Volkswagen e o Luiz Conceição do Instituto Rodrigo Mendes.
A Eliane contou sobre sua experiência na prefeitura de Amparo, disse que é função da educação
especial tornar acessível o que está inacessível, para isso o professor precisa observar seu aluno e
ouvi-lo. Enfatiza que o horário coletivo de formação dos professores, no qual aprendem e trocam
experiências com seus pares, ajuda a lidar com as diferenças existentes na escola.
A Carla, da Fundação Volkswagen, afirma que hoje o heterogêneo é a normal e que a escola é o
espaço público que permite o privilégio de permanecer aprendendo. Nos conta também que a
Fundação Volkswagem em parceria com o Instituto Rodrigo Mendes e a Associação Nova Escola
publicaram os Cadernos do Brincar, são dois volumes que focam nas brincadeira na educação infantil.
O volume 1 tem o subtítulo
Propostas de reflexão sobre brincadeiras e práticas inclusivas para professores da Educação Infantil
e o volume 2 “Propostas práticas para brincadeiras inclusivas na Educação Infantil”, ambas as
publicações estão disponíveis para download.
O Luiz Conceição, do Instituto Rodrigo Mendes, fala que a educação tem que ser para todos e para
cada um, fala da importância de se eliminar as barreiras e pensar em modos diferentes de ensinar,
pensar nas múltiplas inteligências, e que isso pode acontecer desde o planejamento docente. Ele cita
um possível caminho para essa eliminação de barreiras, o desenho universal para a aprendizagem,
que se trata de um modelo prático que visa ampliar as oportunidades de desenvolvimento de cada
estudante por meio de planejamento pedagógico contínuo, somado ao uso de mídias digitais.
Para ele, a perspectiva inclusiva é responsável por possibilitar que a aprendizagem aconteça nos mais
diversos cenários. As soluções são individuais, são condutas locais, cada escola vai encontrar seu
melhor caminho. O ensino é coletivo, mas a aprendizagem é individual, cada um tem seu tempo e
modo de aprender. A família dos estudantes podem ser a barreira e/ou o facilitador do processo de
aprendizagem, depende muito de como será feito o diálogo entre ela e a escola.
O Instituto Rodrigo Mendes disponibiliza alguns materiais no site: https://diversa.org.br/.
A Associação Nova Escola lançou no mês de fevereiro uma edição especial sobre inclusão, na qual
dialoga com as pessoas que participaram das duas meses deste encontro e também com uma
publicação anterior da revista de quase 10 anos. Vale a pena conferir.
Você encontra muito conteúdo também no site da revista Nova Escola: https://novaescola.org.br/#.