sábado, 23 de março de 2024

Leia SP - O Maravilhoso Mágico de Oz

 Leia SP - O Maravilhoso Mágico de Oz


Em 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes uma plataforma para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre os estudantes dos 9º anos estão lendo "O Mágico de Oz". Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas. 

O livro "O Maravilhoso Mágico de Oz" foi publicado pela primeira vez em 1900, sendo o primeiro de uma série de 14 livros que se passam no reino de OZ. Ele foi traduzido para mais de 50 línguas e vendeu mais de 3 milhões de cópias até entrar em domínio público em 1956.

Seu autor, Lyman Frank Baum, mais conhecido como L. Frank Baum, nasceu em 1856 e faleceu em 1919, viveu por 62 anos, foi escritor, editor, ator, roteirista e produtor de cinema. Ele escreveu mais 70 obras, entre livros, peças de teatro e contos, alguns sob pseudônimos como, Edith Van Dyne, Laura Bancroft e Floyd Akers.

"Eu aprendi a ver a fama como um fogo-fátuo (falso brilho, glória passageira) que, quando é capturado, não vale ser possuído; mas agradar uma criança é uma coisa doce e encantadora, que aquece um coração e traz sua própria recompensa." L. Frank Baum escreveu essas palavras na dedicatória de um livro feita para sua irmã.

Em o mágico de Oz conhecemos a história da menina Doroty Gale, ela é órfã, mora com seus tios, Henry e Em, numa fazenda no Kansas (EUA), além dos tios, Doroty tem a companhia de seu cachorrinho Totó.

O dia a dia na fazenda é monótono e cinza até que um ciclone leva Doroty, Totó e a casa de um único cômodo para o reino de Oz. Ao contrário do aspecto cinza da fazenda, Oz é um lugar colorido, vibrante, onde muitas coisas acontecem.

Em Oz Doroty busca um meio para voltar ao Kansas, nessa trajetória ela conhece bruxas, os Munchkins, os macacos alados, os Winkies, os Quadlings, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão. Com esses três últimos e Totó Doroty segue pela estrada de tijolos amarelos rumo a Cidade Esmeralda para encontrar o Mágico de Oz e fazer seu pedido. Seus recentes amigos também querem fazer pedidos, o Espantalho quer um cérebro, o Homem de Lata um coração e o Leão quer ser corajoso. As qualidades que faltam aos amigos são características de Doroty, ao longo da história vamos observando isso.

O Mágico de Oz é uma história original, é considerado o primeiro e o maior conto de fadas estadunidense.

Oz e o País das Maravilhas de Alice têm alguns pontos em comum, a jovem protagonista feminina, um mundo novo e diferente a ser explorado, porém diferente de Alice que escolheu seguir o Coelho Branco em sua toca e caiu no País das Maravilhas, Doroty não teve escolha, foi levada por um ciclone. Outra diferença bem importante é a jornada, Alice explora as possibilidades que se apresentam e interage com outras personagens de forma breve, já Doroty encontra três companheiros de viagem com objetivos em comum, que ao percorrerem o caminho vão se modificando e acabam alcançando seus objetivos.

O mundo de Oz é organizado em quadrantes, cuidados, ou explorado, por bruxas, habitados por populações diferentes em características físicas e cores de roupas, objetos e casas. Você pode saber mais sobre esses quadrantes lendo a matéria da Superinteressante.

Livros são fonte de divertimento, aprendizagens, amor e algumas vezes de polêmicas. Recentemente, alguns livros vêm sendo censurados, retirados de bibliotecas e escolas públicas, uma proibição que também aconteceu com "O Maravilhoso Mágico de Oz", na década de 1950 a obra foi considerada socialista, mal escrita e acusada de não trazer bons valores aos jovens. Ainda bem que essa situação não existe mais, pelo menos para este livro.

O livro foi adaptado para o cinema, o teatro e outras mídias ao longo dos anos, mas ainda hoje a adaptação mais famosa é o filme de 1939. Assista ao trailer do filme abaixo.

Trailer do filme O Mágico de Oz (1939)

O Mágico de Oz - Somewhere Over the Rainbow - Judy Garland

Trailer do Filme: Oz, Mágico e Poderoso (2013)

Conheça alguns filmes e peças que se basearam no livro no blog da Editora Darkside.

Aproveitem para ler "O Maravilhoso Mágico de Oz" enquanto os censores não mudam de ideia! Boa leitura!


Referências:

Bianezzi, Matheus. Como é o Mundo Mágico de Oz? Super Interessante.

Franco, Gustavo H. B. Baseado em fatos reais: O Mágico de Oz como alegoria política e monetária. Prefácio do livro O Mágico de Oz da Editora Zahar.

Instituto Mojo de Comunicação. Oz - O Mágico e a Terra de Oz.

O Mágico de Oz (e suas interpretações) - Tatiana Feltrin - Canal TLC YouTube.

O Mágico de Oz (resenha) - Mellory Ferraz - Canal Literature-se YouTube.

Sobre o livro: O Mágico de Oz - L. Frank Baum - Canal Lidos e Curtidos YouTube.


terça-feira, 19 de março de 2024

Leia SP - O Diário de Anne Frank

Leia SP - O Diário de Anne Frank



Em 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes uma plataforma para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre os estudantes dos 9º anos estão lendo "O Diário de Anne Frank". Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da escola PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas.

O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez em 1947 com o título "O anexo", esta foi a escolha da própria Anne para seus escritos. Anne escreveu seu diário em holandês de 12/06/1942 a 01/08/1944. Ela começou a escrever no dia em que ganhou o diário de presente de aniversário de 13 anos, em 12 de junho. Menos de um mês depois, no dia 06/07, Anne e sua família vão para o esconderijo no anexo. A família Frank teve companhia no anexo, mas eles chegaram um pouco depois, a família Van Pels em 13/07 e Fritz Pfeffer em 16/11. Os oito ocupantes do anexo foram levados para a prisão em 04/08/1944.

Anne Frank - Sua verdadeira história e o seu diário no anexo secreto. 
Canal História e Biografia do YouTube.

A príncipio Anne escrevia para si, para tentar entender e refletir sobre os acontecimentos externos, internos, sua convivência com os outros ocupantes do anexo, além de lidar com seus questionamentos íntimos, algo tão comum aos jovens. Seu primeiro registro no diário foi em 01/06/1942 "Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda" (p.19). Anne escrevia sobre tudo o que vivia, sobre as pessoas com quem conviveu antes e durante o tempo do esconderijo no anexo.

Em 1944 um membro do governo Holandês falou por uma transmissão de rádio que esperava receber testemunhos, relatos, cartas e diários de holandeses contando sobre os sofrimentos pelos quais passaram durante a ocupação alemã. A partir desse momento Anne passou a rever seus escritos, acrescentando informações e reflexões que julgava pertinentes, além de suprimir passagens que não queria expor, pois a partir da notícia do rádio ela passou a ter a intenção de tornar público seus escritos, ela alterou os nomes das pessoas que estavam no anexo, das pessoas que trabalhavam no prédio e eram colaboradores, ela alterou até os nomes de seus familiares. A versão do livro que lemos atualmente traz os nomes reais da família Frank e de seus colaboradores, Johannes Kleiman, Victor Kugler, Elisabeth (Bep) Voskuijl e Miep Gies. Os nomes dos demais moradores do anexo permanecem com as alterações feitas por Anne.

Após a prisão dos moradores do anexo, duas colaboradoras, Miep Gies e Bep Voskuijl, encontraram as folhas com os escritos de Anne e as guardaram. Em 1945 Miep Gies as entregou, sem ler, ao pai de Anne, Otto Frank, o único sobrevivente do anexo.

Miep Gies (1909 - 2010) foi secretaria e contadora austríaca que ajudou a família de Anne Frank e mais quatro judeus a se esconder dos nazistas no Anexo Secreto, que ficava acima do escritório em que trabalhava em Amsterdã, durante a Segunda Guerra Mundial.
Nesse trecho do documentário "Dear Kitty: Remembering Anne Frank" (1998), Miep descreve como foi o momento em que a Gestapo invadiu o escritório e encontrou os oito judeus escondidos na manhã de 4 de agosto de 1944. Canal do YouTube Anne Frank Brasil. 

Não temos como saber exatamente como se sentiam as pessoas confinadas no anexo, mas podemos tentar, comparando com a nossa experiência recente na pandemia de Covid 19.
Leia abaixo alguns trecho das reflexões de Anne Frank:

"Nas últimas semanas, temos almoçado no sábado às onze e meia; de manhã temos de nos contentar com uma xícara de mingau quente. A partir de amanhã, será assim todo dia; isso faz com que economizemos uma refeição. Ainda é muito difícil conseguir verduras. Esta tarde tivemos alface podre cozida. Alface comum, espinafre e alface cozida, é só o que há. Acrescente a isso batatas podres e você terá uma refeição digna de um rei!" p.340

"Não consigo me imaginar vivendo como mamãe, a Sra. van Daan e todas as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Preciso ter alguma coisa além de um marido e de filhos aos quais me dedicar! Não quero que minha vida tenha passado em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo depois da morte! E é por isso que agradeço tanto a Deus por ter me dado esse dom, que posso usar para me desenvolver e para 
expressar tudo o que existe dentro de mim!
Quando escrevo, consigo afastar todas as preocupações. Minha tristeza desaparece, meu ânimo renasce! Mas - e esta é uma grande questão - será que conseguirei escrever alguma coisa importante, será que me tornarei jornalista ou escritora?" p. 306

Anne Frank e os demais ocupantes do anexo se mantiveram informados por meio de um rádio. Estudavam muito, inclusive línguas estrangeiras, como o pouco material que seus amigos/colaboradores conseguiam levar até eles. No momento histórico em que vivemos, na era da pós-verdade, se faz necessário, imprescindível até, nos mantermos bem informados, estudar, refletir criticamente sobre os fatos para não nos deixarmos iludir por revisionismos históricos que tentam apagar acontecimentos da humanidade ou ressignificá-los com objetivos de manipulação da opinião pública. Otto Frank disse "Para construir um futuro, é preciso conhecer o passado." Você também pode ouvi-lo, é só assistir ao vídeo abaixo.


Otto Frank, pai de Anne Frank, fala sobre o diário de sua filha em uma entrevista para o programa "The Legacy of Anne Frank", que foi parte da série "The Eternal Light" feita pelo Jewish Theological Seminary of America (Seminário Teológico Judeu da América) e pela NBC, que foi ao ar em 24 de dezembro de 1967. Sentado em um dos cômodos do Anexo Secreto, ele fala sobre como os escritos de Anne o surpreenderam. Otto foi o único membro da família, e do Anexo Secreto, a sobreviver ao Holocausto.
O museu de Anne Frank (The Anne Frank House) possui uma cópia original desse vídeo. Canal Anne Frank Brasil.

O Diário de Anne Frank foi traduzido para mais de 70 línguas, vendeu mais de 35 milhões de cópias, sendo que mais de 400 mil dessas no Brasil.

Separamos dois trechos de filmes que se referem ao Diário de Anne Frank, confira:

Trecho do filme "A culpa é das estrelas" - Os personagens principais do filme visitam o museu Anne Frank em Amsterdã, local real do anexo no qual a família Frank e mais quatro pessoas ficaram escondidas.

Trecho do filme "Escritores da liberdade"


Em uma guerra sempre há fome, sofrimento e morte, sempre!  
Temos esperança na humanidade, somos capazes de aprender com o passado e construir um futuro bom para todas as pessoas. Sigamos tentando!

Boa leitura!!



Referências:

O Diário de Anne Frank - Edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler. Tradução de Alves Calado. Rio de Janeiro: Editora Record, 2021.

Isabela Lubrano, canal Ler Antes de Morrer, O Diário de Anne Frank (resenha)

Tatiana Feltrin, canal TLC, O Diário de Anne Frank (resenha)

domingo, 17 de março de 2024

Leia SP - As Aventuras de Alice no País das Maravilhas

 Leia SP - As Aventuras de Alice 

no País das Maravilhas

Ilustração original de John Tenniel

Em 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou para os estudantes uma plataforma para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre os estudantes dos 7º anos estão lendo "As aventuras de Alice no país das Maravilhas" do autor Lewis Carrol. Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro, a Sala de Leitura da escola PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas no mês de março.

O livro foi publicado em 1865 (completando 159 anos em 2024!), seu autor, Lewis Carrol, pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson (1832 - 1898 ele viveu 66 anos), foi professor de lógica e matemática de uma faculdade de Oxford, a Christ Church, foi aluno bolsista nesta faculdade e depois de formado foi convidado para ser professor, era considerado um gênio. Além disso, ele foi poeta, contista, desenhista, fotógrafo e diácono da Igreja Anglicana.

Lewis Carrol conheceu Alice Liddell (1852 - 1934, ela viveu 82 anos) após a chegada da família à Oxford. O pai dela era como se fosse o reitor da faculdade.

Em 1862 Carrol fez um passeio com as três filhas do reitor, na ocasião as meninas pediram a ele para contar histórias, essas histórias depois se transformaram no livro "As Aventuras de Alice no Subterrâneo", mas foi publicado como o título que conhecemos. A versão da Disney (1951) suprimiu as palavras "as aventuras de" do título.

Alice no País das Maravilhas - Disney 1951

A CURIOSIDADE é o que move a Alice, é o que a faz seguir em frente na história, explorando novos espaços, vivendo novas experiências, a curiosidade é o que, geralmente, move as crianças.

O tempo, o espaço e a lógica funcionam de modo diferente no mundo das Maravilhas. Aparecem contraposições importantes entre o mundo real, a Inglaterra Vitoriana habitada pelo autor e Alice e o mundo das Maravilhas. A Inglaterra Vitoriana é o mundo da lógica, da ordem, das normas, enquanto o país das Maravilhas é o mundo do caos, do nonsense (do absurdo, sem coerência, contrário ao bom senso).

Ilustração original de John Tenniel

A história apresenta processos de mudança pelas quais a personagem passa, esses são semelhantes às mudanças que acontecem nas vidas de todos os jovens, uns leitores vão se identificar mais com algumas coisas, outros com outras, como por exemplo, o desconforto com as mudanças corporais, o estranhamento com os diferentes papéis socias que todos precisam assumir ao passar da infância para a adolescência e depois para a fase adulta.

Muitas personagens e situações do livro Alice influenciaram a literatura e as artes visuais ao longo dos anos. O coelho branco e a toca aparecem no filme Matrix (1999). 

Referência ao Coelho Branco

Referência à toca do Coelho

A história real e ficcional (parte dela) se passam na Inglaterra Vitoriana, que tem esse nome devido ao reinado da Rainha Vitória que durou 63 anos, de junho de 1837 a  janeiro de 1901. Nessa época a Inglaterra era retratada como um modelo de país, era a nação mais poderosa do mundo devido à expansão das colônias do Reino Unido na África, Ásia e Oriente Médio. Nesse período houve aumento da atividade industrial e grande incentivo às artes.

Você pode conhecer um pouco da Era Vitoriana assistindo a alguns filmes, como esses: A colina escarlate (2015 - terror), Drácula de Bram Stoker (1992 - terror), A jovem Rainha Vitória (2009), Jane Eyre (2011), O jardim secreto (1993) e Enola Holmes (2020).

Você pode conhecer alguns filmes que se baseiam em As Aventuras de Alice no País das Maravilhas: Alice no País das Maravilhas (Disney 1951), Alice no País das Maravilhas (2010 - dirigido por Tim Burton), Alice Através do Espelho (2016 - produtor Tim Burton, diretor James Bodin).

Uma curiosidade a mais, bem importante na verdade! Este livro faz parte da lista de leituras obrigatórias do vestibular da Unicamp de 2024 - 2026.

Outra curiosidade, muito intrigante, principalmente para nós brasileiros que temos um litoral imenso. No capítulo 2 do livro a Alice diz "onde quer que se vá no litoral da Inglaterra, encontram-se uma porção de máquinas de banho de mar..." O que será isso? Encontramos uma imagem! Confira:

Você pode se informar mais sobre esse curioso costume no site O Verdoso.

Esperamos que essas informações e curiosidades enriqueçam a experiência de leitura de todos os estudantes.
BOA LEITURA!!


Referências:

Literatura Fundamental Univesp com a Professora Sandra Vasconcelos - USP.

TV Unicamp - Por que a Unicamp escolheu Alice no País das Maravilhas? Com a Professora Marcella Abboud.

Tatiana Feltrin, Canal TLC YouTube.

CARROL, Lewis. Alice Edição Comentada. Introdução e notas Martin Gardner. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 2002.

COELHO, Nely Novaes. Literatura Infantil. São Paulo, Ed. Moderna, 2000.