sexta-feira, 14 de junho de 2013

Fernando Pessoa e seus heterônimos

Um dos mais extraordinários poetas do século XX, não foi apenas criador de obras literárias, mas também de escritores. Por meio da imaginação, concebeu várias entidades poéticas, com biografia, traços físicos, profissão, ideologia e estilos próprios. Seus heterônimos. Entre eles destacam-se os três heterônimos perfeitos:
Alberto Caeiro: é considerado por Fernando Pessoa como o mestre, assim como o de Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Espécie de poeta filósofo, que extrai do pensamento não de livros nem da civilização, mas de seu contato direto com as coisas da natureza. Crê que o homem complicou demais as coisas com a metafísica, com suas teorias filosófica e científicas, com suas religiões. Por isso defende a simplicidade da vida e a sensação como único meio válido para a obtenção do conhecimento.
Ricardo Reis: É indiferente à vida social, valoriza a vida campestre e a simplicidade das coisas, mas se sente fruto de uma civilização cristã decadente, que caminha fatalmente para a destruição. Cultiva uma atitude tipicamente epicurista, desconfia da felicidade extrema, por isso a evita ou a controla com a razão.
Álvaro de Campos: Dos três heterônimos é o mais afinado com a tendência modernista, particularmente com o futurismo. Procurou transmitir o espírito do mundo moderno, um mundo de máquinas, de multidões e de velocidade.
Fernando Pessoa: O ortônimo Fernando Pessoa é portador de certos traços, como o nacionalismo e o saudosismo, que coincidem com os do homem Fernando Pessoa.
Nesse vídeo você encontrará dados sobre a vida e a obra desse grande poeta.



Há alguns anos a TV Cultura transmitiu a série Tudo o que é Sólido Pode Derreter voltada para o público juvenil, buscando explorar de forma atraente e com bom humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias. Nesse episódio Thereza se interessa por Fernando Pessoa e seus heterônimos a partir de uma situação ocorrida em sala de aula.




Fontes:
TAKAZAKI, H.Ensino Médio. São Paulo, IBEP: 2004.
CEREJA, W.R.MAGALÃES, T.C. Português Linguagens Ensino Médio. São Paulo, Atual: 2005.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

1º Ano Ensino Médio

História da Língua Portuguesa


Para ilustrar o assunto tratado no final do 1º bimestre e início do segundo assistam a este vídeo que trata desde a ocupação do território português por povos de diversas origens até a criação da comunidade lusófona.



Línguas, língua portuguesa, nossa língua portuguesa do Brasil!

Este vídeo é apresentado no Museu da Língua Portuguesa. Você pode assisti-lo aqui ou programar uma visitinha ao Museu, que fica na Praça da Luz s/nº, Centro, São Paulo, ao lado da estação da CPTM Luz, com entrada gratuita aos sábados.
Visite o site do Museu: http://www.museulinguaportuguesa.org.br/





Língua: Vidas em português

Mais curiosa(o) sobre a nossa língua?
Este documentário foi dirigido por Victor Lopes, nascido em moçambique e radicado no Brasil há mais de 30 anos.
Sinopse: Todo dia duzentas milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabe.
Divirta-se e conheça pessoas muito diferentes que compartilham com você a mesma língua!
Fonte: adorocinema.com



5ª Série/6º Ano

Ah! ... A crônica

A crônica é um gênero textual leve, despretensioso como uma conversa entre velhos amigos e consegue, muitas vezes, nos fazer enxergar coisas belas e grandiosas em pequenos detalhes do cotidiano, do dia a dia, que costumam passar despercebidos.

História das crônicas

A palavra "crônica" em sua origem, está associada ao vocábulo "khrónos" (grego) ou "chronos" (latim), que significa "tempo". Para os antigos romanos a palavra "chronica" designava o gênero que fazia o registro de acontecimentos históricos, verídicos, na ordem em que aconteciam, sem pretender se aprofundar neles ou interpretá-los. Com esse sentido ela foi usada nos países europeus.

A crônica no Brasil

A crônica brasileira, também voltada para o registro jornalístico do cotidiano, surgiu por volta do século XIX, com a expansão dos jornais no país. Nessa época, importantes escritores, como José de Alencar e Machado de Assis, começaram a usar as crônicas para registrar de modo ora literário, ora jornalístico, os fatos corriqueiros de seu tempo.
Ela, a crônica, ocupa um lugar de entretenimento, de reflexão mais leve. Ao escrever, os cronistas buscam emocionar e envolver seus leitores.
No Brasil, há vários modos de escrevê-las. Se usa o tom da poesia, o autor produz uma crônica poética, mas podem ser engraçadas, sérias, podem tratar de temas como política ou  futebol.

Crônica Narrativa

No momento, nosso interesse se volta às crônicas narrativas. Além das características já citadas, como o tom leve próximo ao de uma conversa, o tema ligado ao cotidiano e sua brevidade, ou seja são textos curtos, as crônicas narrativas ainda possuem os elementos das narrativa comuns (como contos, por exemplo), como foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, mas contando (ou narrando) poucos fatos, apresentando poucas personagens, sem grandes mudanças de espaço e representando um tempo curto.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as crônicas e principalmente sobre as crônicas narrativas, mãos à obra, crie a sua própria crônica!

Ah! Esse vídeo também pode ajudar, ela trata da rapidez com que as informações se tornam ultrapassadas, se vocês se lembram, já falamos sobre isso quando analisamos um livro e o comparamos a uma revista e a um jornal, além é claro de falar sobre crônicas!

http://www.youtube.com/watch?v=rjHJT2WwVtg&nofeather=True



Fontes:
A ocasião faz o escritor. Material da Olimpíada de Língua Portuguesa.
Caderno do Professor da Secretaria Estadual de Educação - 6º Ano.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Estava escrito com T

A música tocava o tempo todo. Nos programas de TV, nas rádios. Em todos os rádios! Era uma febre, quase uma histeria. Os motoristas e cobradores de ônibus, os garis que varriam as ruas,  a moça do mercadinho, as vizinhas do prédio, todos a ouviam. As mães que penduravam as roupas nos varais, naquele tempo as mães ficavam em casa, cantarolavam “Você pra mim foi um sol / De uma noite sem fim...”

A minha mãe ficava em casa. Quando estávamos ouvindo o rádio e a música começava a tocar ela desligava. Corria da cozinha até a sala, onde ficava o aparelho três em um, e o desligava bruscamente. Saia da sala a resmungar qualquer coisa estranha, balançava a cabeça negativamente e dizia que o mundo estava perdido. Eu não entendia nada, a música era tão legal.

Quando as mães penduravam as roupas no varal, lá em baixo, na parte comum do prédio, as crianças brincavam, corriam e eu também. Adorava brincar de mãe da rua e chupar geladinho, mas também apreciava muito ouvir as conversas das mães, assim, sorrateiramente, sem ser notada. Missão difícil, pois as outras meninas queriam fazer o mesmo e era complicado segurar os risinhos nervosos que soltávamos ao ouvir as confissões ou mesmo as fofocas das mães. Minha mãe estava um pouco chateada, trazia sobre os olhos uma nuvenzinha cinza, ela falava com uma outra mãe e repetiu que o mundo estava perdido, disse nunca ter  pensado que enquanto estivesse viva ouviria uma música em que se falasse palavrão.

Palavrão? Como assim palavrão? Eu já sabia a música de cor e não havia percebido palavrão algum. Achava que a música falava de amor, mas comecei a procurar o tal palavrão. Se minha mãe estava chateada com isso a coisa deveria ser feia.

“Caso do acaso / Bem marcado em cartas de tarôt ô ô / Meu amor, esse amor de cartas claras sobre a mesa / É assim...”

Achei! Tarôt! Só podia ser. Nossa que horror! Como alguém pôde fazer uma música tão bonita, tão legal, que a gente cantava mesmo sem ter vontade, mesmo sem estar pensando nela e colocar um palavrão desse! É, porque só podia ser tarôt. Tarôt se parece com tarado, credo que mal gosto! Mas quando se é criança algumas coisas perdem logo a importância, e sem perceber, eu já estava cantarolando “Meu amor, nosso amor / Estava escrito nas estrelas / Tava sim”. E minha mãe também.