segunda-feira, 23 de junho de 2025

Peter Pan e Wendy

Leia SP - Peter Pan e Wendy


Estátua do Peter Pan localizada no jardim de Kensington - Londres

Desde 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes a plataforma Leia SP para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre de 2025 os estudantes dos 8º anos leram Peter Pan e Wendy. Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da escola PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além disso, aconteceu um bate papo com as turmas ao final da leitura.

O personagem Peter Pan surgiu em alguns capítulos do livro “The little White bird” de 1902, de autoria de J.M. Barrie (1860 - 1937). A história do personagem foi contata primeiro na peça “O menino que não queria crescer” apresentada em Londres em 1904, porém o livro Peter Pan e Wendy só foi publicado em 1911.

J.M. Barrie teve sucesso com suas peças e livros, foi amigo de grandes escritores como Arthur Conan Doyle, autor de Sherlock Holmes, e H.G. Wells, autor de A máquina do tempo. Barrie foi casado, mas não teve filhos. Ele e a esposa ficaram amigos da família Davies, o casal tinha 5 filhos. As crianças Davies foram a inspiração para os personagens John, Michael e os meninos perdidos. O personagem Peter Pan, não há muita certeza sobre isso, pode ter sido inspirado no irmão mais velho do autor, que morreu num acidente no gelo aos 13 anos, pode vir daí a impossibilidade de crescer do menino, mas também é possível que a inspiração tenha vindo do caçula da família Davies cujo nome era Peter. J.M. Barrie era tão amigo da família Davies que após a morte dos pais (o pai em 1909 e a mãe em 1911) ele passou a ser o tutor das crianças.

Em 1930 Barrie doou os direitos autorais do livro ao Hospital Infantil Great Ormond Street que fica em Londres. Em 1987, 50 anos após a morte do autor os diretos expiraram, porém o Parlamento Inglês, a pedido do Hospital, transformou esses direitos autorais em perpétuos no Reino Unido.

O sobrenome do personagem Peter Pan de refere ao deus Pan (ou Pã) da mitologia grega, o deus que representa a natureza selvagem, os pastores e os rebanhos. É conhecido também por gostar muito de música e por tocar flauta. Algumas semelhanças com o nosso heroi, não é mesmo? Ainda existem outras referências à mitologia gregas, como as sereias, por exemplo.

O narrador do livro é onisciente, ele conhece tudo, inclusive os pensamentos de cada personagem, em vários momentos ele se dirige diretamente ao leitor, as vezes antecipa algumas situações, faz suposições sobre como uma situação poderia se desenvolver se acontecesse de uma forma ou de outra.

A memória é muito importante para o desenvolvimento da história, Peter não retem as coisas na memória por muito tempo, talvez por isso ele não envelhessa? Quem sabe? Além disso, para Peter não havia diferença entre a realidade e o faz de conta, comer de verdade ou de mentirinha não fazia diferença, ele se sentia satisfeito de ambas as formas, diferente dos outros personagens. A passagem de tempo é outro elemento importante para a história, ele passa de modo diferente na Terra do Nunca e em Londres.

A família da Wendy, a família Darling, é composta pelos seguintes personagens: Sr. (George) e Sra. Darling que são os pais de Wendy, John e Michael. A babá das crianças era uma cachorra chamada Naná, olha aí um elemento da fantasia já presente em Londres antes da chegada de Peter! A família era pobre, para os padrões ingleses da época, não tinha como pagar uma babá igual aos vizinhos, mas tinham uma empregada, a Liza.

A Sra. Darling contava histórias aos filhos, Peter e Sininho (Tinker Bell) as ouviam do lado de fora da janela, esse foi o motivo do grande interesse de Peter por esta família. Wendy, após sua ida para a Terra do Nunca, passou a ser a contadora de histórias para os irmãos e os meninos perdidos.

O modo como as fadas nascem é um capítulo à parte em matéria de fofura, pois elas nascem do primeiro sorriso dos bebês que se fragmenta um milhares de novas fadinhas. Bater palmas fortalece as fadas. Elas são muito pequenas, por isso sentem um sentimento de cada vez e de forma intensa. Elas vivem pouco, por volta de um ano, mas elas sentem como se fosse um tempo longo.

Peter Pan tem um inimigo importante, o Capitão Gancho, mas também tem amigos na ilha, os peles vermelhas, além de seus companheiros de aventuras, os meninos perdidos.

Aproveite para se aventurar com Wendy e seus irmãos na Terra do Nunca na companhia de Perter Pan e dos meninos perdidos, assim como muitas crianças e jovens vem fazendo há mais de 100 anos!

Esse clássico da literatura infanto juvenil já recebeu várias adapções para as telas, procure conhecer e se divirta!

Peter Pan, filme de 1953.

Hook A volta do Capitão Gancho de 1991

domingo, 13 de abril de 2025

Os Meninos da Rua Paulo

Os Meninos da Rua Paulo




Estátuas inspiradas nos personagens do livro - Budapeste Hungria

Desde 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes a plataforma Leia SP para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre de 2025 os estudantes dos 9º anos A e B leram Os Meninos da Rua Paulo. Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da escola PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além disso aconteceu um bate papo com as turmas ao final da leitura.

A história contada por Ferenc Molnár (Hungria 1978, falecido em Nova York 1952) se passa em 1889 (essa data aparece na página 97 da edição de 2008 da Editora Cosac Naif), mas há uma referência à guerra russo-japonesa de 1904, conforme a nota da página 76. Assim, podemos concluir que o período em que se passa a história está um tanto nebuloso.


O livro foi publicado em 1907 e só chegou ao Brasil em 1952, traduzido por Paulo Rónei, que, assim como Ferenc, era um judeu hungaro. Paulo conseguiu fugir de seu país em 1940 com ajuda do consulado brasileiro. Ele era estudioso de línguas e literaturas latinas, constituiu família no Brasil, país em que permaneceu até sua morte em 1992. Aurélio Buarque de Holanda (primo de 2º grau de Chico Buarque de Holanda), um dos mais importantes lexicógrafos brasileiros, foi o revisor do livro. Ambos também foram responsáveis por organizar a importante antologia de contos do mundo Mar de Histórias lançada na década de 1940.


Ferenc Molnár emigrou para os EUA em 1939 para escapar da perseguição dos nazistas aos judeus húngaros, faleceu em 1952 em Nova York sem ter retornado à Europa.


Curiosidade: Renato Russo declarou numa entrevista, concedida ao músico Leone, que o narrador da música Andrea Dória, letra que representa um diálogo, poderia ter sido dita pelo personagem Nemecsek do livro Os Meninos da Rua Paulo, a letra da música carrega os anseios da juventude em querer mudar o mundo e se dá conta do quão difícil isso é. “Ele é um jovem que acredita na virtude, em fazer as coisas corretamente de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona” declarou Renato Russo. Confira a música no vídeo ao vivo da banda Legião Urbana.



Os meninos da Rua Paulo se organizavam na Sociedade do Betume, que tinha estatuto (conjunto de leis), presidente, realizava assembleias registradas em atas, todas as formalidades conhecidas por eles. Mais uma curiosidade: Betume é a mesma coisa que massa de vidraceiro e o modo como os meninos a mantinham úmida é no mínimo estranho! A Sociedade era bastante burocrática, por esse motivo houve um grande estranhamento com a necessidade de urgência nas decisões em razão da guerra. O fato de um membro deposto pela sociedade ter uma patente militar de destaque causou grande comoção entre os membros da sociedade.  


Guerra? Que guerra? A guerra pelo grund, pelo espaço para jogar pela (uma espécie de jogo de tênis ou taco) com os garotos de outro grupo, os camisas vermelhas.

Os meninos faziam brincadeiras militares, se davam patentes, construiram fortes, fizeram um plano de guerra, como é possível confirmar na página 135.


O narrador é em 3ª pessoa, porém ele se coloca na história, como fica evidente nas páginas 37 e 187, dizem que Ferenc foi um dos meninos da Rua Paulo, não temos como confirmar essa informação, mas isso seria bem bacana, pois seria um relato memoríalistico de um membro de uma sociedadem de uma infância que não existem mais.


Valores como honra, amizade, coragem, organização são muito valorizados pelos meninos, além de norteiaarem as suas ações. Isso é tão importante que a hora do combate e as regras são combinadas previamente entre os oponentes. Como fica evidente no trecho abaixo:


- Não queremos supreender o adversário. Viremos amanhã às duas e meia em ponto. Era o que tínhamos para dizer, e pedimos resposta.

Boka sentia a importância do momento, e replicou com a voz algo trêmula:

- A declaração de guerra está aceita. Mas temos de combinar uma coisa: não quero que a batalha degenere em briga vulgar. (p. 170)


A questão da traição é muito marcante, os meninos prezam pela honra e pela correção nas atitudes. A honra também é muito importante para o pai de um dos meninos, o traidor (alerta de spoiler!) Géreb. O pequeno Nemecsek não conta a traição ao pai do menino, ele achava que seria uma dor imensa saber que o filho agiu sem honra. O mesmo Nemecsek fica extremamente triste com a atitude dos membros da Sociedade do Betume em escrever seu nome com todas as letras minúsculas, isso era considerado desonroso.


A amizade entre os meninos é o tema central da história, a organização e a preocupação com a honra são muito evidentes, mas no fim eles queriam brincar e estar juntos. Um acontecimento abala os meninos, principalmente o líder deles João Boka, não vamos dar spoiler agora, pois se trata de uma passagem comovente, mas podemos afirmar que a dificuldade poderia ter sido resolvida com um simples antibiótico. Simples para nós no séculos XXI, mas impossível na época dessa história.


Por esse motivo, vamos trazer mais uma curiosidade: Os antibióticos foram descobertos em 1928 (penicilina por Alexander Fleming/Inglaterra). As pesquisas em humanos se intensificaram em 1939 em decorrência da 2ª Guerra Mundial (1939 a 1945). Em 1940 pesquisadores de Oxford conseguiram produzir penicilina para fins terapêuticos.


A literatura nos permite conhecer lugares, tempos e costumes diferentes. Dessa vez viajamos para a Hungria do final do século XIX e conseguimos conhecer um pouco desse lugar tão distante de nós. Permitam-se!


Boa leitura!


Outras Informações:

Resenha de Tatiana Feltrin: https://www.youtube.com/watch?v=hg4T_K4DmSE

Resenha de Gabriela Pedrão: https://www.youtube.com/watch?v=XNxE3lgoF8o

Resenha de Humberto Conzo: https://www.youtube.com/watch?v=eqv96Doc9C8



terça-feira, 8 de abril de 2025

A Menina que Roubava Livros

A Menina que Roubava Livros

Capa do livro e cartaz do filme.

Desde 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes a plataforma Leia SP para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre de 2025 os estudantes dos 7º anos leram A Menina que Roubava Livros. Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da escola PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além disso aconteceu um bate papo com as turmas ao final da leitura. 

O livro A Menina que Rouvaba Livros foi publicado em 2005 e chegou ao Brasil em 2007. O filme baseado no livro é uma produção dos EUA e Alemanha de 2013. O livro foi traduzido para mais de 40 línguas, vendeu mais de 16 milhões de cópias no mundo, sendo 2 milhões, aproximadamente, no Brasil.

O autor do livro é Markus Zusak (1975 Syney), ele é australiano, filho de mãe alemã e pai austríaco. Em um TED Talks de 2014 ele contou que A Menina que roubava livros foi o quinto livro que escreveu, depois de quatro fracassos. Ele achava que este quinto livro seria mais um fracasso, dessa forma, resolveu escrever o que realmente queria, do jeito que realmente queria, a história de uma menina ladra de livros na Alemanha Nazista tendo como narradora a Morte. Ele tentou por 200 páginas, não gostou do resultado, reescreveu tendo a menina Liesel Meminger como a narradora, novamente ele não gostou do resultado, resolveu então voltar a ideia original, mas dessa vez ele não retratou a morte como má ou sádica e sim como vulnerável, gentil, cansada, assombrada com as atitudes humanas. Assim, sendo fiel à sua ideia original e com um leve pensamento negativo, de que ninguém iria ler mesmo seu livro, sentimento esse que o permitiu ser livre para escrever como quisesse, ele conseguiu concluir o livro que virou um sucesso em muitos países, além de conquistar as telas dos cinemas.

Vídeo do autor Markus Zusac contando como foi escrever o livro, você pode ativar as legandas 
automáticas com tradução o Português.

A história de Liesel começa na Alemanha no ano de 1939, em meio a Segunda Guerra Mundial. No início ela tem 9 anos, é levada para a cidade fictícia de Molching, na Rua Himmel para ser adotada pela família de Hans e Rosa Hubermann. Lá ela vai à escola, mas apresenta muita dificuldade, pois ela ainda não aprendeu a ler. Ela vai aprender a ler com a importante ajuda e o carinho do pai adotivo. Faz amizade com o seu vizinho Rudy Steiner, seu parceiro de futebol e muitas aventuras, e com a mulher do prefeito, Ilsa Hermann, a dona de uma magnífica biblioteca. Outra importante amizade de Liesel é Max, um jovem judeu que Hans Hubermann, seu pai adotivo, escondeu dos nazistas em seu porão.

Ao longo da história alguns livros são roubados, o primeiro foi o Manual do Coveiro no funeral do irmão de Liesel, o livro havia sido esquecido na neve. O segundo livro roubado foi Dar de ombros, que estava em uma fogueira de livros, feita para comemorar o aniversário do Führer (líder) Hitler. A cada livro roubado um aprendizado de vida, de leitura, uma busca por conhecimento acontecia, mas isso é uma interpretação, após a sua leitura você vai poder tirar suas próprias conclusões.

O contexto histórico do livro é a Segunda Guerra Mundial e o autor vai nos contando dramas de pessoas comuns que tentam levar as suas vidas com preocupações cotidianas, como, trabalhar, pagar as contas, comprar comida, conviver com familiares e vizinhos. Todas essas são questões cotidianas, mas que são alteradas a cada dia conforme acontece a escalada da guerra e da violência que espreita a cada casa, a cada pessoa naquele momento, mesmo as pessoas que viviam na Alemanha e que não eram membros ativos do partido nazista.

Todo esse contexto histórico complicado junto a dramas familiares, nos são narrados através dos olhos da Morte, mas como já nos contou o autor, uma Morte generosa e assombrada com a humanidade.

Aventure-se com a pequena Liesel! Boa leitura!

Ah, essa história também virou filme! Veja o trailer abaixo. 



 Fontes:

The failurist: Markus Zusak at TEDxSydney 2014
https://www.youtube.com/watch?v=A-_8QIdm4hA
 
Você Escolheu #21: A menina que roubava livros (Markus Zusak) Tatiana Feltrin
https://www.youtube.com/watch?v=Z89CmKUOckQ
 
[Resenha] A Menina Que Roubava Livros [LIVRO (sem spoilers) + filme] Mel Ferraz canal Literature-se
https://www.youtube.com/watch?v=0wfyL6s0mEA
 
A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, MARKUS ZUSAK (#53) Isabella Lubrano canal Ler Antes de Morrer
https://www.youtube.com/watch?v=3QgKqOTdYao

Um guia para entender o holocausto BBC
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd189gdr7l5o


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Plataforma Leia SP 4º Bimestre - Percurso Literário Antirracista

 Plataforma Leia SP 4º Bimestre - Percurso Literário Antirracista



Neste último Bimestre de 2024 os estudantes da E.E. Pedro Viriato Parigot de Souza vão fazer um percurso de leituras com o foco no antirracismo e na valorização da cultura negra. 

O primeiro livro a ser lido é O Pequeno Príncipe Preto (sinopse) do autor Rodrigo França, em seguida, O Menino Nelson Mandela (sinopse) da autora Viviana Mazza (tradução de Silvana Cobucci Leite) e por último Pequeno Manual Antirracista (sinopse) de Djamila Ribeiro

O primeiro passo deste Percurso se deu com a realização de um bate papo com todas as turmas da escola na Sala de Leitura, esses encontros aconteceram de 7 a 18 de outubro com a duração de uma aula. A partir daí cada turma iniciou a primeira leitura na Plataforma Leia SP. Nosso bate papo tratou de temas como a ancestralidade, a importância dos mais velhos, dos que vieram antes de nós para a construção da história de cada um, dados da população brasileira do último Censo Demográfico do IBGE 2022 em relação a quantidade de brasileiros por raça ou cor (você pode conferir esses números no site do IBGE) e, falamos também, sobre características culturais brasileiras, como por exemplo o samba. Iniciamos a nossa conversa com a voz da Grande Dama do Samba Dona Ivone Lara cantando Sonho Meu na companhia de outras importantes personalidades do nosso samba.

Nossa 1ª leitura, O Pequeno Príncipe Preto de Rodrigo França, antes de ser um livro foi uma peça de teatro escrita e dirigida pelo autor. A peça viajou pelo país e foi assistida por mais de 60 mil pessoas. O sucesso foi tamanho e com tantos pedidos para que se apresentassem em várias cidades que o autor decidiu transformar a peça em livro. O livro foi publicado em 2020 e em 2021 foi publicada uma versão para leitores mais jovens, com o título O Pequeno Príncipe Preto Para Pequenos (sinopse), livro com textos mais curtos e bastante ilustrado. Falando em ilustrações, foi a Juliana Barbosa Pereira quem ilustrou os dois livros e ainda fez a programação visual e as animações presentes na peça.

A ideia inicial da peça se deve a uma experiência vivida na infância do ator principal, Junior Dantas, ele contou em uma reportagem que aos 7 ou 8 anos de idade se ofereceu para o papel de Pequeno Príncipe na peça da escola, mas a professora respondeu que não, que não existe príncipe preto. Em nosso bate papo inicial, comentamos com os estudantes sobre essa situação e a maioria deles ficou chocada com o ato de racismo tão explícito e violento. Aproveitamos para enfatizar que eventos como esse, e tantos outros que são noticiados pela imprensa, demonstram a necessidade de uma formação antirracista sistemática nas escolas. Essa formação é tão importante que existe uma lei federal específica a 10.639 de 2003 que trata da obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e a lei 11.645 de 2008 que inclui história e cultura dos povos originários.

O livro O Pequeno Príncipe Preto apresenta a filosofia africana Ubuntu, você pode aprender mais sobre seu significado assistindo a este vídeo. Para resumir em uma frase Ubuntu significa "Eu sou porque você é", essa ideia de união, de força coletiva está presente nos outros livros do nosso percurso, e se você assistiu ao vídeo indicado, sabe que ela está ligada a história da África do Sul e a trajetória de Nelson Mandela.

O preconceito racial, o racismo de alguma forma, passa por todos nós, se não somos alvo direto, com certeza algum familiar ou amigo é, já foi ou será em breve. Nós reproduzimos comportamentos que são estruturais da sociedade. A organização da nossa sociedade é machista, racista, homofóbica, de modo geral intolerante ao que é um pouco diferente, ao que se pensa como ideal. Assim, é necessário se manter alerta para se autoavaliar e corrigir atitudes e falas preconceituosas e discriminatórias.

Entendemos que estamos dando mais um passo nesse caminho antirracista.


Outras ações que serão desenvolvidas em nosso percurso:

Após as leituras os estudantes produzirão marcadores de livro com a temática antirracista.

Dia 23 de novembro faremos um sarau com a mesma temática.


Professoras responsáveis: Fabiana, Rejane, Roberta, Soraia e Tatiane.

Texto: Prof. Fabiana


terça-feira, 16 de abril de 2024

Leia SP - Diário de Um Banana

 Leia SP - Diário de Um Banana

Em 2024 a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disponibilizou aos estudantes uma plataforma para leitura de livros de literatura, Leia SP. No primeiro bimestre os estudantes dos 8º anos estão lendo "Diário de Um Banana". Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas.

O autor do livro é Jeff Kinney, natural de Maryland nos Estados Unidos. Jeff estudou ciência da computação na universidade do Estado em que nasceu, foi designer de jogos online e desenvolvedor de websites, atualmente, além de escritor ele também é dono de uma livraria, a An Unlikely Story. Ele começou a desenvolver a ideia de "Diário de Um Banana" em 1998, em 2004 lançou suas histórias em formato de webcomic no site Funbrain.com, elas fizeram tanto sucesso que em 2007 foram publicadas em livro. Rapidamente o livro se transformou em um fenômeno, se tornou um best-seller vendendo milhões de cópias e já foi traduzido para mais de 28 idiomas. O sucesso é sem dúvida imenso, hoje já são 18 livros na série, mais alguns títulos complementares, 4 filmes live action e duas animações.

O "Diário de um Banana" conta as aventuras de Greg Heffley, um adolescente que sonha em ser popular na escola e não mede esforços para alcançar seu objetivo. Além de conhecer o Greg, conhecemos também sua família, colegas de escola e o melhor amigo Rowley. 

Temas como amizade, família, bullying, aceitação e autoestima estão presentes na história, eles são abordados de maneira leve e descontraída e a apresentação do texto colabora bastante para isso, pois estamos lendo o diário do Greg, "escrito a mão" e cheio de desenhos bem legais que nos ajudam a compreender exatamente as situações encaradas por ele. Bom, dizer que estamos lendo o diário do Greg contraria o que ele mesmo pensa sobre isso "Em primeiro lugar, quero esclarecer uma coisa: isto é um LIVRO DE MEMÓRIAS, não um diário. Eu sei o que diz na capa, mas, quando a mamãe saiu para comprar essa coisa, eu disse ESPECIFICAMENTE que queria um caderno sem a palavra 'diário' escrita nele." (página 1)

Ao longo da leitura do livro encontramos alguns pontos em comum na organização da escola do Greg e da nossa, veja se você consegue localizar essas semelhanças (mapeamento, grêmio estudantil, clube juvenil), além disso a turma do Greg fez uma apresentação teatral com o livro "O Mágico de Oz", na nossa escola o 9º ano leu esse livro no 1º Bimestre! Será que existem outras semelhanças ou diferenças? Costuma ser bem legal procurar por elas em nossas leituras! Aventure-se com a gente!

Títulos e ano de publicação dos livros da coleção:

1 - Diário de Um Banana - 2007

2 - Diário de Um Banana: Rodrick é o cara - 2008

3 - Diário de Um Banana: A gota d'água - 2009

4 - Diário de Um Banana: Dias de cão - 2009

5 - Diário de Um Banana: A verdade nua e crua - 2010

6 - Diário de Um Banana: Casa dos horrores - 2011

7 - Diário de Um Banana: Segurando vela - 2012

8 - Diário de Um Banana: Maré de azar - 2013

9 - Diário de Um Banana: Caindo na estrada - 2014

10 - Diário de Um Banana: Bons tempos - 2015

11 - Diário de Um Banana: Vai ou racha - 2016

12 - Diário de Um Banana: Apertem os cintos - 2017

13 - Diário de Um Banana: Batalha neval - 2018

14 - Diário de Um Banana: Quebra tudo - 2019

15 - Diário de Um Banana: Vai fundo - 2020

16 - Diário de Um Banana: Bola fora - 2021

17 - Diário de Um Banana: Frawda megaxeia - 2022

18 - Diário de Um Banana: Cabeça oca - 2023


Ficou curioso com as adaptação cinematográficas da história do Greg? Confira os trailers que encontramos e divirta-se!

Diário de Um Banana - Trailer de 2010

Diário de Um Banana 2 Rodrick é o cara - Trailer de 2011

Diário de Um Banana 3 Dias de cão - Trailer de 2012

Diário de Um Banana 4 Caindo na Estrada - Trailer de 2017

Animações:

Diário de um Banana - Trailer 2021 

Diário de Um Banana: As regras de Rodrick - Trailer 2022 


Referências:

Diário de Um Banana. Jeff Kinney. Traduzido por Antonio de Macedo Soares. Cotia, SP. Vergara & Ribas Editoras, 2008.

Diário de um Banana definiu uma geração (2004 - 2021) - História Completa. Cérebro Espacial (YouTube)

Wikipédia. Diary of a Wimpy Kid. Acesso em 02/04/2024.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Leia SP - Meu Pé de Laranja Lima

 Leia SP - Meu Pé de Laranja Lima


Em 2024 a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disponibilizou aos estudantes uma plataforma para leitura de livros de literatura. Os livros disponíveis foram selecionados pela Secretaria da Educação e estão organizados na Plataforma Leia SP por faixas etárias. Neste 1º Bimestre os estudantes dos 6º anos farão a leitura do grande e consagrado clássico da literatura brasileira "Meu pé de Laraja Lima" do autor José Mauro de Vasconcelos. Esse livro foi traduzido para 15 idiomas, publicado em 23 países, já vendeu mais de 2 milhões de cópias e possui várias adaptações audiovisuais.

Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro, a Sala de Leitura da E.E. Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas.

"O Meu Pé de Laranja Lima" foi o livro mais conhecido de José Mauro de Vasconcelos, é a história do menino Zezé, que inclusive é o narrador do livro.

Zezé tem 5 anos, é um menino solitário, cuja família passa por sérios problemas financeiros devido ao pai ter ficado desempregado. Ele vive em uma família numerosa, são muitos irmãos e a mãe trabalha o tempo todo. Zezé encontra no Pé de Laranja Lima um amigo, um companheiro, um confidente. Além desse amigo inusitado, algumas pessoas marcam muito a vida de Zezé, ele se identifica com elas e constrói laços afetivos que o ajudam a enfrentar as dificuldades do dia a dia, essas pessoas são: o cantor Ariovaldo, a professora Cecília, seus irmãos Glória e Luís e seu amigo mais querido, o Portuga (Manuel Valadares).

Zezé é um menino peralta, muito ativo e muito afetuoso, talvez por suas traquinagens ou pela falta de paciência dos adultos ele apanha muito. Mesmo passando por situações bem violentas Zezé consegue manter a ternura infantil e compartilhar bons momentos com as pessoas com que ele mais se importa. O autor declarou que a história de Zezé tem muitos elementos de sua vida, é um livro autobiográfico.

"O Meu Pé de Laraja Lima" foi publicado pela primeira em 1968, já foi traduzido para 15 línguas e publicado em 23 países. Ele faz parte de uma espécie de trilogia sobre o personagem Zezé, em 1972 foi publicada a segunda parte da história, "Vamos Aquecer o Sol", que conta a pré adolescência de Zezé, nessa fase ele está morando no Rio Grande do Norte com outra família, numa espécie de adoção. A terceira parte da história, a juventude de Zezé, agora chamado de Zeca, é contada em "Doidão", apesar de contar a fase mais adulta do personagem foi o primeiro livro da trilogia a ser publicado, no ano de 1963. 

Essa história fez tanto sucesso com o público brasileiro que ao longo dos anos foram feitas várias adaptações audiovisuais. Em 1970 a TV Tupi produziu uma novela, ainda em 1970 foi produzido um filme com direção de Aurélio Teixeira; em 1980 mais uma novela, dessa vez produzida pela Band que em 1998 fez mais uma versão da novela. Em 2012 o diretor Marcos Bernsten fez mais uma versão em filme de "O meu Pé de Laranja Lima".

O autor José Mauro de Vasconcelos viveu por 64 anos, nasceu em 1920 em Bangú RJ e faleceu em 1984 em São Paulo. Filho de imigrantes nordestinos que vieram para o Rio de  Janeiro, o pai de origem portuguesa e a mãe de origem indígena.

José Mauro foi nadador e ganhou alguns compeonatos, era bom aluno, leitor de grandes escritores brasileiros, como, José Lins do Rego e Graciliano Ramos. Estudou medicina por 2 anos, mas não terminou, se tornou autodidata, estudando muitos assuntos de seu interesse. Teve várias profissões, garçom, professor, jornalista, radialista, pintor, modelo, ator, treinador de boxe e pescador, mas conseguiu se manter com a renda de escritor por muitos anos, feito raro para a profissão até os dias de hoje. Além disso, viajou pela região do Araguaia (que fica na Bacia Amazônica e marca a divisa dos Estados de Mato Grosso e Goiás, Mato Grosso e Tocantins e ainda Pará e Tocantins), para conhecer e lutar pelos direitos dos povos indígenas com os irmãos Villas Boas. Ele escreveu alguns livros influenciado por essas viagens: Arraia de Fogo (1955), Rosinha, Minha Canoa (1962), O Garanhão das Praias (1964), As Confissões de Frei Abóbora (1966), Kuryala: Capitão e Carajá (1979).

José Mauro dizia em entrevistas que escrevia seus livros em pouco tempo, porém elaborava as histórias, seus cenários, personagens e diálogos por um longo tempo e as guardava em sua memória. "O Meu pé de Laranja Lima", por exemplo, foi escrito em dose dias, fato que impressionou a crítica literária da época, sobre isso ele disse "Porém estava dentro de mim havia anos, havia vinte anos". 

José Mauro foi um grande contador de histórias!

Boa leitura!


Referências:

Deigo Cardoso. Resenha: O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauto de Vasconcelos (YouTube)

José Mauro de Vasconcelos. O Meu Pé de Laranja Lima. São Paulo, Editora Melhoramentos 3ª Edição 2009, 22ª impressão 2013.

Marcos Amaro. O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos (resenha YouTube)

Professora Adriana Tullio. O Meu Pé de Laranja Lima - Trilogia (1968) José Mauro de Vasconcelos (YouTube)

Professora Isa. O Meu Pé de Laranja Lima / José Mauro de Vasconcelos / CLJ Clubinho do Livro Jovem (YouTube)

Sebastião Barata. José Mauro de Vasconcelos (YouTube)

sábado, 23 de março de 2024

Leia SP - O Maravilhoso Mágico de Oz

 Leia SP - O Maravilhoso Mágico de Oz


Em 2024 a Secretaria da Educação de SP disponibilizou aos estudantes uma plataforma para a leitura de livros de literatura. No primeiro bimestre os estudantes dos 9º anos estão lendo "O Mágico de Oz". Com o objetivo de incentivar os estudantes a lerem o livro a Sala de Leitura da PEI Pedro Viriato Parigot de Souza fez uma pesquisa para trazer mais informações sobre a obra, além de ter acontecido um bate papo com as turmas. 

O livro "O Maravilhoso Mágico de Oz" foi publicado pela primeira vez em 1900, sendo o primeiro de uma série de 14 livros que se passam no reino de OZ. Ele foi traduzido para mais de 50 línguas e vendeu mais de 3 milhões de cópias até entrar em domínio público em 1956.

Seu autor, Lyman Frank Baum, mais conhecido como L. Frank Baum, nasceu em 1856 e faleceu em 1919, viveu por 62 anos, foi escritor, editor, ator, roteirista e produtor de cinema. Ele escreveu mais 70 obras, entre livros, peças de teatro e contos, alguns sob pseudônimos como, Edith Van Dyne, Laura Bancroft e Floyd Akers.

"Eu aprendi a ver a fama como um fogo-fátuo (falso brilho, glória passageira) que, quando é capturado, não vale ser possuído; mas agradar uma criança é uma coisa doce e encantadora, que aquece um coração e traz sua própria recompensa." L. Frank Baum escreveu essas palavras na dedicatória de um livro feita para sua irmã.

Em o mágico de Oz conhecemos a história da menina Doroty Gale, ela é órfã, mora com seus tios, Henry e Em, numa fazenda no Kansas (EUA), além dos tios, Doroty tem a companhia de seu cachorrinho Totó.

O dia a dia na fazenda é monótono e cinza até que um ciclone leva Doroty, Totó e a casa de um único cômodo para o reino de Oz. Ao contrário do aspecto cinza da fazenda, Oz é um lugar colorido, vibrante, onde muitas coisas acontecem.

Em Oz Doroty busca um meio para voltar ao Kansas, nessa trajetória ela conhece bruxas, os Munchkins, os macacos alados, os Winkies, os Quadlings, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão. Com esses três últimos e Totó Doroty segue pela estrada de tijolos amarelos rumo a Cidade Esmeralda para encontrar o Mágico de Oz e fazer seu pedido. Seus recentes amigos também querem fazer pedidos, o Espantalho quer um cérebro, o Homem de Lata um coração e o Leão quer ser corajoso. As qualidades que faltam aos amigos são características de Doroty, ao longo da história vamos observando isso.

O Mágico de Oz é uma história original, é considerado o primeiro e o maior conto de fadas estadunidense.

Oz e o País das Maravilhas de Alice têm alguns pontos em comum, a jovem protagonista feminina, um mundo novo e diferente a ser explorado, porém diferente de Alice que escolheu seguir o Coelho Branco em sua toca e caiu no País das Maravilhas, Doroty não teve escolha, foi levada por um ciclone. Outra diferença bem importante é a jornada, Alice explora as possibilidades que se apresentam e interage com outras personagens de forma breve, já Doroty encontra três companheiros de viagem com objetivos em comum, que ao percorrerem o caminho vão se modificando e acabam alcançando seus objetivos.

O mundo de Oz é organizado em quadrantes, cuidados, ou explorado, por bruxas, habitados por populações diferentes em características físicas e cores de roupas, objetos e casas. Você pode saber mais sobre esses quadrantes lendo a matéria da Superinteressante.

Livros são fonte de divertimento, aprendizagens, amor e algumas vezes de polêmicas. Recentemente, alguns livros vêm sendo censurados, retirados de bibliotecas e escolas públicas, uma proibição que também aconteceu com "O Maravilhoso Mágico de Oz", na década de 1950 a obra foi considerada socialista, mal escrita e acusada de não trazer bons valores aos jovens. Ainda bem que essa situação não existe mais, pelo menos para este livro.

O livro foi adaptado para o cinema, o teatro e outras mídias ao longo dos anos, mas ainda hoje a adaptação mais famosa é o filme de 1939. Assista ao trailer do filme abaixo.

Trailer do filme O Mágico de Oz (1939)

O Mágico de Oz - Somewhere Over the Rainbow - Judy Garland

Trailer do Filme: Oz, Mágico e Poderoso (2013)

Conheça alguns filmes e peças que se basearam no livro no blog da Editora Darkside.

Aproveitem para ler "O Maravilhoso Mágico de Oz" enquanto os censores não mudam de ideia! Boa leitura!


Referências:

Bianezzi, Matheus. Como é o Mundo Mágico de Oz? Super Interessante.

Franco, Gustavo H. B. Baseado em fatos reais: O Mágico de Oz como alegoria política e monetária. Prefácio do livro O Mágico de Oz da Editora Zahar.

Instituto Mojo de Comunicação. Oz - O Mágico e a Terra de Oz.

O Mágico de Oz (e suas interpretações) - Tatiana Feltrin - Canal TLC YouTube.

O Mágico de Oz (resenha) - Mellory Ferraz - Canal Literature-se YouTube.

Sobre o livro: O Mágico de Oz - L. Frank Baum - Canal Lidos e Curtidos YouTube.